Em Belém, governo paga cachês milionários para artistas de fora, enquanto corta gastos com políticas culturais locais
Atualidades
Publicado em 04/01/2025

O cantor Zé Vaqueiro, atração confirmada no aniversário de Belém, tem cachê estimado em 400 mil (divulgação)

 

O novo prefeito de Belém, Igor Normando, tem anunciado diversas medidas, que, segundo o próprio, têm o objetivo de diminuir os gastos públicos na capital, entre elas, a extinção da Fumbel, da Funbosque, e a entrega do Palacete Pinho, onde hoje funciona a Escola Municipal de Artes de Belém, à iniciativa privada.

Há também o anúncio de uma Reforma Administrativa no município, aos moldes da que tem sido anunciada concomitantemente pelo governo de Helder Barbalho, o que prova a profunda "simbiose" destes dois governantes, dando a sensação, para o observador atento, que agora os governos do Pará e de Belém são um só.

A extinção da Fumbel e a entrega do Palacete Pinho afetam diretamente o setor cultural, este que costuma ser o primeiro a ser "cortado", quando administradores de direita anunciam os famigerados "cortes de gastos". As medidas anunciadas pelo novo prefeito geraram protestos de artistas nas redes sociais, como um vídeo publicado pelo cantor Nilson Chaves, onde ele se coloca contra as medidas. 

 

Sem investimentos na cultura local e milhões pros artistas de fora

 

Mas, apesar dos grandes cortes previstos na nova administração cultural de Belém, os quais afetarão diretamente a produção artística local, o investimento em eventos culturais com atrações nacionais é milionário.

A prefeitura anunciou recentemente a apresentação do cantor Zé Vaqueiro, um dos artistas com os cachês mais caros do Brasil, nas comemorações do aniversário de Belém, celebrado em 12 de janeiro.

Segundo o site Terra, Zé Vaqueiro possui cachê estimado em 400 mil reais, valor que poderia pagar , numa cotação "por alto", pelo menos 100 atrações locais.

Neste quesito, o estilo de governança do novo prefeito também é igual ao de seu primo governador. Helder Barbalho gastou milhões dos cofres públicos para pagar Mari Gonzales, Wesley Safadão e Luan Santana, na programação do Pararraiá durante os festejos juninos de 2024, enquanto faltou com o pagamento dos grupos juninos locais. Também foi perceptível a grande movimentação do governo do estado para viabilizar o faraônico show de Alok no Mangueirão, o qual, não fosse a sensibilidade do artista em convidar Gaby Amarantos, Viviane Batidão e Pinduca para subir em seu palco, sequer teria atrações locais.

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