Neste ano a tradicional Festa da Chiquita completa 20 anos de reconhecimento do evento como Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil. E, para comemorar em grande estilo, uma grande festa está programada a ocorrer, como sempre, na noite da Trasladação, a procissão do sábado que antecede o Círio de Nazaré. Shows, performances, irreverência e a esperada premiação do Veado de Ouro marcarão a 47ª edição do evento que ocorre sempre na Praça da República, ao lado do Theatro da Paz.
A Festa da Chiquita é uma das primeiras manifestações do movimento LGBTQUIAPN+ no Brasil. Surgida em 1947 como um bloco carnavalesco, foi idealizado pelo cantor Elói Iglesias e deu voz e espaço à pessoas marginalizadas, em meio à repressão da Ditadura Militar.
Hoje, a celebração que marca o orgulho da diversidade em meio aos festejos e devoção do Círio de Nazaré, tornou-se um espaço de alegria e confraternização entre pessoas de todas as raças e gêneros, de dentro e fora do Pará, que desejam viver a experiência do Círio com mais profundidade.
“Quando a pessoa sai do armário, aquele armário deixa de existir; ele é quebrado e a pessoa que saiu dele precisa enfrentar um mundo hostil quanto à liberdade de gênero e expressão. É cada vez mais importante que nós, através da Chiquita, possamos acolher este grupo de pessoas que se sentem ressentidas pela forma como a sociedade as trata, e juntos, através da arte e da cultura, elevemos a autoestima delas”, disse o idealizador Eloi Iglesias, através de perfil oficial em rede social.