FCP não paga grupos folclóricos juninos selecionados em edital; ato de repúdio será realizado neste domingo
Atualidades
Publicado em 20/09/2024

Do Ponto de Pauta

 

Um ato de repúdio ao não pagamento dos cachês de grupos folclóricos que participaram da programação do Arraial de Todos os Santos, evento promovido pelo governo do Pará, será realizado na Praça da República neste domingo, 22.

Segundo relatos, o ato será uma tentativa de pressionar o governo do estado a fazer o pagamento dos grupos folclóricos que participaram do Arraial de Todos os Santos, os quais apresentaram-se na programação junina sob a condição do retorno financeiro, que nunca veio.

O Ponto de Pauta apurou que, no edital 003/2024, da Fundação Cultural do Pará- FCP, consta o direcionamento a grupos de carimbó, boi-bumbá, toadas, quadrilhas, etc selecionados pelo edital, de cachês que variavam entre 4.401 e 5.900 reais.

Entretanto, até a data de hoje, o pagamento dos cachês ainda não teria acontecido, dizem alguns relatos ouvidos pelo Ponto de Pauta.

Eduardo Luz, da banda Senta Peia, está entre os prejudicados pela FCP. Segundo ele, os grupos folclóricos estiveram em reunião com a FCP, onde foram informados que a Fundação estaria "sem dinheiro" para realizar os pagamentos e que o governo estaria "com muitas dificuldades financeiras", não havendo qualquer previsão quanto ao pagamento.

O músico conta que chegou a contestar a falta de transparência, relembrando que, no período junino, o governo do Pará contratou artistas famosos que costumam cobrar altos cachês, como atrações do "Pararraiá": "o governador promoveu juntamente com a Roma Produções o Pararraiá, que não foi cobrado ingresso, então, de onde saiu o dinheiro pra pagar os artistas? E e diga-se de passagem, artistas que têm o valor muito alto, como o caso do Luan Santana, do Wesley Safadão, da Mari (Fernadez)", relata Eduardo.

Luz também desabafou quanto os prejuízos sofridos pelos grupos que ficaram sem pagamento: "O cachê que eles passam pra gente é um cachê muito baixo. Porque tem grupos que vêm de fora, que vêm de muito longe, no caso, de outros municípios, se apresentar em Belém. E os grupos de Belém, além destes que vêm de fora, tem outros custos né, como toda produção requer um custo, a gente tem o custo pra manter esse trabalho acontecendo durante o ano todo. Então, o cachê era pra ter saído em 30 dias. O prazo máximo era 60, o prazo de 60 dias estourou", disse ele.

O ato dos grupos culturais já é o segundo realizado. O primeiro aconteceu no Centur no dia 16/ 09. Já neste domingo os grupos culturais juntar-se-ão aos oficineiros do Curro Velho, os quais também estariam a três meses com pagamentos atrasados.

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