Mostra abre o ciclo de eventos do TransformAções, iniciativa que promove rodas de conversa, atividades culturais e sessões informativas sobre como trabalhar com a organização
Até o dia 11/12, o Médicos Sem Fronteiras (MSF) estará no Solar da Beira, em Belém, com a exposição fotográfica interativa Pergunte ao Tempo. São 12 registros marcantes da história da organização, que oferece cuidados de saúde a pessoas em situação de vulnerabilidade há mais de 50 anos. Na mostra, o público é desafiado a dizer se a imagem é antiga ou atual. Difícil acertar de primeira.
Um dos registros revela uma fila sem fim formada por crianças, mulheres e homens com olhares perdidos em um local em Bangladesh. Eles são refugiados Rohingyas que estão fugindo da violência em busca de uma vida melhor. Ao lado do painel, a pergunta: “de que ano essa imagem é? 1978 ou 2018?”.
Para obter a resposta, os visitantes só precisam apontar o celular para o QR Code disponível junto às imagens e acessar os vídeos e os textos explicativos sobre o contexto de cada uma das crises humanitárias.
Foto: Alexis Huguet/MSF
Neste caso, a resposta correta é 2018. Desde os anos 90, mais de um milhão de refugiados Rohingyas já fugiram da violência em sua comunidade natal. Mesmo após todos esses anos, a migração ainda é um problema enfrentado por essa população. Hoje há mais de 800 mil refugiados Rohingyas em Bangladesh, a maioria em Cox’s Bazar, o maior acampamento de refugiados do mundo.
Em outra imagem, essa sobre crise nutricional, famílias esperam por atendimento em uma tenda médica em Afar, na Etiópia. A foto é de 1986 ou 2022? Acertou quem disse 2022. No entanto, embora a foto mostre o testemunho de MSF sobre uma crise nutricional mortal nos dias atuais, há pelo menos três décadas o país enfrenta níveis alarmantes de desnutrição.
Com esse olhar sobre o tempo, a exposição tenta provocar o público a refletir sobre as constantes guerras, conflitos, epidemias e catástrofes que afetam as pessoas mais vulneráveis. “MSF completou 50 anos no final do ano passado. Muito poderia ter mudado durante todo esse tempo. Mas, em muitos locais onde atuamos, temos a sensação de que a situação não mudou muito. Ainda há muito a fazer”, explica Nira Torres, diretora de comunicação de MSF. Em áreas em que o passado parece se confundir com o presente, a organização continua levando cuidados de saúde para as pessoas que mais precisam.
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