Edyr Proença, Foto: Luiz Braga
A vida e obra de Edyr Proença, comunicador e artista que escreveu seu nome na história cultural do Pará, é celebrada através de projeto que remonta a trajetória do jornalista e compositor, a ser lançado nesta sexta-feira (28). Um single inédito é o abre-alas do projeto, e chega às plataformas digitais na voz de Andréa Pinheiro. O projeto inclui ainda um segundo momento, com lançamento, em maio, do portal dedicado ao homenageado, o lançamento de um livro de crônicas, disco e show.
Inaugurando as atividades, o single “Cala a boca, meu bem” é uma composição de Edyr com sua companheira Celeste Proença. Escrita na década de 1980, a música é um samba suingado e traz uma letra bem-humorada para falar contra o machismo. A atualidade da poética, conteúdo e sonoridade da canção a fizeram ser eleita para ser o pontapé inicial da programação.
“Escolhemos a faixa para puxar esse trabalho por ser uma música extremamente atual. Apesar de ter sido escrita há décadas, ela não envelheceu. Com letra da Celeste, a música tem uma pegada bem antimachista de forma muito divertida, muito irônica e com uma simplicidade e competência poética muito grande”, diz Pedro Vianna, produtor do projeto.
A história de amor e parceria criativa do casal começa no final de década de 1930, quando eles se conhecem na Rádio Clube. Cantora e radialista, Celeste é uma mulher à frente do seu tempo. Desse amor, surgiram inúmeras composições. Boa parte delas, foram encontradas pela família em fitas caseiras, encontradas nos arquivos depois da morte do casal. O projeto, então, resgata essas obras e a lança ao público pela primeira vez.
“A maioria das músicas do disco que iremos lançar no projeto são parceria entre Edyr e Celeste. Até por isso, por essa força e presença deles juntos como artistas, é que escolhemos ‘Cala boca, meu bem’ como single do projeto”, diz Vianna.
Na voz de Andréa Pinheiro, a canção ganhou arranjo de Jacinto Kawage, com Príamo Brandão no baixo, Davi Amorim no violão, Manassés Malcher no trombone e Márcio Jardim na percussão.
Andrea Pinheiro, Foto: Walda Marques
Comunicador e artista
Edyr Proença é uma das mais relevantes personalidades do jornalismo e da cultura no Pará. Compositor, músico, radialista, advogado, bancário e escritor, marcou época na história do rádio na Amazônia como narrador e comentarista esportivo. Edyr nasceu em 1920, em Belém, filho de Edgar Proença, fundador da Rádio Clube do Pará, poeta e teatrólogo; e Dona Celina, apaixonada por música. Em maio de 2020 comemorou-se o centenário de seu nascimento. No entanto, em decorrência das restrições impostas pela pandemia, as comemorações irão ocorrer em 2023.
Com grande prestígio na imprensa paraense, Edyr passou pelos maiores jornais de Belém. Firmou-se como locutor esportivo a partir de 1946, respeitado por todas as torcidas, apesar de sua declarada devoção ao Clube do Remo e ao Flamengo. Lançou os livros “Coisas do Futebol” e “Nem Pelé, nem Romário, nem Nada”, obras que reúnem inúmeros causos curiosos e folclóricos, acumulados por Edyr ao longo da carreira na crônica esportiva. Em novembro de 1996, foi eleito presidente da Academia Paraense de Jornalismo.
Na música, Edyr criou, ainda muito jovem, o grupo Bando da Estrela. Nos anos 1970 e 1980 compôs sambas-enredo históricos para as agremiações “Quem São Eles” e participou de importantes festivais de música. Foi parceiro musical de poetas da estatura de Ruy Barata e João de Jesus Paes Loureiro. Sua canção mais conhecida, Bom Dia Belém, foi gravada por Fafá de Belém, Jane Duboc e Leila Pinheiro.
Em 1994, a UFPA lançou o LP “Edyr Proença”, da série Música e Memória, com composições de sua autoria nas vozes de grandes intérpretes paraenses. Integrou o grupo Clube do Camelo, que incluiu composições suas nos discos “Clube do Camelo”, de 1995; e “Poetas que cantam”, de 1998. Edyr Proença faleceu em de 1995. Em sua homenagem, o Império Samba Quem São Eles desfilou no carnaval de 1999 com o tema “Edyr Proença está no ar: a voz que fala e canta para a planície”.
Programação
O projeto “Vida e Obra de Edyr Proença” prevê ainda o site dedicado ao homenageado, que vai reunir composições, crônicas, fotos e vídeos; lançamento do livro de crônicas reunidas do autor, intitulado “Opinião não se discute”; um disco com 14 músicas inéditas do artista; e um grande show de encerramento, no dia do aniversário de Proença, 19 de maio, com participação especial de Olivar Barreto, direção musical de Jacinto Kawage e Luiz Pardal, com interpretação de Andréa Pinheiro, no Sesc Ver-o-Peso.
A iniciativa do projeto foi da família de Edyr Proença, que teve a ideia viabilizada através de projeto de extensão da Faculdade de Música da Universidade Federal do Pará. O projeto foi realizado através de emenda parlamentar do à época Deputado Federal, hoje prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues. A Coordenação artística é de Edyr Augusto, a Coordenação de Produção é de Pedro Vianna e a Produção Executiva é de Felipe Proença. É importante ressaltar o apoio cultural da Emufpa, Fadesp, Ufpa, Fumbel, Prefeitura Municipal de Belém, Fundação Cultural do Pará, Governo do Estado do Pará e Sesc Ver-o-Peso.
Serviço
Lançamento do projeto “Vida e Obra de Edyr Proença”, com o single “Cala a boca, meu bem”, que chega às plataformas digitais nesta sexta-feira (28), Acesse aqui.
Com informações da assessoria de imprensa do projeto