Há mais de 50 anos frequentadores de um bar destinado a homossexuais nos Estados Unidos, inconformados com atos de discriminação, marcharam pedindo o fim da violência contra a população LGBTQIA+, tornando o dia 28 de junho o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Desde então, a comunidade vem lutando por mais direitos e, aos poucos, garantindo conquistas.
Na capital paraense, a Prefeitura de Belém, por meio da Coordenadoria da Diversidade Sexual (CDS), celebrou a data com um arraial junino e prestação de serviços para a comunidade no Mercado de Carne Francisco Bolonha, no bairro da Campina.
Mário Jorge de Lima, puxador da quadrilha “Roceiros Mirins Amigos da Praça”, da Vila da Barca, acredita que o ato é para mostrar a importância do respeito para as novas gerações. “Trazer as crianças aqui é uma alegria. O respeito é um valor fundamental que deve ser passado de pai pra filho”.
A importância de discutir a diversidade sexual e o respeito pode ser constatada nos dados de intolerância e violência contra a comunidade. Segundo levantamento do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTIQA+, que reúne organizações da sociedade civil, pelo menos 316 pessoas morreram em 2021 no Brasil por causa violenta devido a sua orientação sexual ou identidade de gênero.
“Acho muito justo que se tenham ações como essa. É preciso acabar com o preconceito e respeitar as pessoas“, acredita a vendedora Raimunda Miranda.
Mitre Musilo Marinho e Rui Guilherme Reis vivem juntos há mais de 20 anos e aproveitam a atividade para celebrar o amor. “Eu tenho uma relação de respeito, companheirismo e amor. O amor está em primeiro lugar e é possível ter uma relação homossexual duradoura, juntos podemos chegar a qualquer lugar”, disse Mitre Marinho.
Ações integradas - Durante todo mês de junho, a Prefeitura de Belém tem realizado atividades em alusão ao Dia do Orgulho LGBTQIA+. E, nesta terça-feira, 28, a Coordenadoria da Diversidade Sexual (CDS), promoveu uma ação com apresentação de quadrilha junina, atendimento jurídico, testagem rápida para Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), apresentações culturais, entre outras atividades.
“Temos feito parcerias para viabilizar o casamento civil, emissão de documentos, distribuição de cestas básicas, o programa Olhar Noturno e diversas parcerias com outros órgãos municipais. E as políticas estão chegando de fato”, conta a titular da CDS, Jane Patrícia Gama.
Beneficiada pelas políticas públicas municipais, Camila Brito vive em situação de rua há 20 anos. “Eu toda semana recebo uma cesta básica aqui da CDS e isso ajuda muito, além da emissão de documentos. Eu tirei meu RG (Registro Geral) em uma ação da Prefeitura”, relata.
Na quinta-feira, 30, a programação encerra com a ação da Casa Rua com a população LGBTQIA+ em condição de rua na Praça da Bandeira, com roda de conversa, roda de escuta e comidas típicas juninas.
