Dira Paes defende reforma agrária: É uma questão urgente
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Publicado em 27/06/2022

Atriz, que interpreta Filó em Pantanal, destaca a relação da questão fundiária com a preservação do meio ambiente

Glauco Faria

Brasil de Fato | São Paulo (SP) 

Intérprete da personagem Filó na novela Pantanal, a atriz Dira Paes conta, em entrevista ao Brasil de Fato, que é possível perceber nas locações em que a novela é gravada os efeitos da devastação na região. E não é à toa: segundo pesquisadores do MapBiomas, a área coberta por água e campos alagados foi reduzida em 29% entre 1985 e 2020.

 

"Sobre os efeitos da degradação ambiental, a gente percebe que a estiagem demonstra isso. A ausência de água na superfície, a terra rachada, a secura mais aparente, mais propícia a um fogo que se espalha mais rapidamente nessa vastidão que é o Pantanal. Isso faz com que o Pantanal esteja em constante ameaça”, relata a atriz.

 

Dira acredita que alguns aspectos da trama da novela podem ajudar a despertar o interesse das pessoas em relação ao meio ambiente. "Acho que é muito recompensador para o artista quando ele consegue fazer um trabalho que ecoa sobre um tema. No caso, as questões levantadas pela novela Pantanal são muito atuais, mobilizam e provocam discussão, fazendo com que a gente consiga de alguma forma colaborar com uma conscientização nacional sobre a questão ambiental", aponta.

 

E sobre os temas levantados, ela destaca um que deveria ser prioritário: a reforma agrária. "Essa é uma das pautas importantes que a novela toca, a questão da reforma agrária, que tem sido adiada por anos e se faz tão urgente justamente para fazer com que a consciência ambiental seja privilegiada, sendo pauta mundial. E o Brasil tem que ser pioneiro por conta da questão fundiária, sobre a qual estamos falando há muitos anos", pondera.

 

A atriz também avalia de forma negativa sobre a condução das iniciativas da área ambiental no governo Bolsonaro. "As políticas atuais não atendem a nenhum dos conceitos voltados para que o meio ambiente seja preservado. A gente vê, ao contrário, políticas que fazem com que cientistas sejam destituídos das suas convicções e de seus estudos, e que terras e áreas protegidas sejam invadidas", diz. "Vemos como as organizações não governamentais são tratadas e o desprezo com os direitos humanos. Isso é a gravidade que temos convivido com o atual governo."

 

Edição: Thalita Pires

Imagem: Divulgação/TV Globo

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