O pesquisador Ricardo Rezende Figueira lança no próximo dia 4 de julho dois livros com a temática da escravidão no Brasil: “A escravidão na Amazônia” e “Escravidão Ilegal”.
Violências psicológicas e físicas e assassinatos são as verdadeiras marcas dos projetos desenvolvimentistas patrocinados pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, criada pela ditadura civil-militar (1964-1985). Esse é o mote do livro recém-lançado (editora Mauad X). A escravidão na Amazônia, que detalha quatro décadas da exploração na região a partir de depoimentos de fugitivos e libertos de fazendas no sul do Pará.
Colhidos por defensores de direitos humanos que resistiam na região, os relatos mostram que o projeto de “ocupação” da Amazônia foi um desastre absoluto tanto do ponto de vista ambiental, trabalhista e da concentração fundiária. Além de ter alimentado com dinheiro público práticas de trabalho escravo. Além de Ricardo, também são autores Adonia Antunes Prado e Rafael Franca Palmeira.
Já o livro “Escravidão Ilegal” mostra que as formas que a escravidão assume na atualidade não são apenas resquícios da escravidão do passado, mas têm suas próprias especificidades e ganham espaço em um contexto global de trabalho cada vez mais precarizado.
Mulheres escravizadas; tráfico de pessoas e exploração sexual; exploração de migrantes; trabalho forçado na marinha mercante, propostas de erradicação do trabalho escravo; mecanismos de responsabilização; controle das condições de trabalho por meio da “lista suja” e de selos sociais; mudanças na legislação e nas políticas públicas, seus avanços e retrocessos; decisões judiciais e dificuldades na obtenção de condenações; operações de resgate; educação para prevenção; exploração no trabalho bancário, uberização e novas tecnologias são alguns dos muitos temas abordados.
O objetivo deste livro é estimular a reflexão e ser subsídio para novos estudos acadêmicos, assim como refletir sobre os diversos atores aqui envolvidos com as suas narrativas, motivando a formulação de políticas públicas mais adequadas para a erradicação do trabalho escravo ilegal e contemporâneo.
Serviço: Os livros serão lançados às 9h, do dia 4 de julho, no Ministério Público do Pará (R. João Diogo, 100) e na parte da tarde, na Universidade Federal do Pará.
Com informações da Rede Brasil Atual e editora Mauad.