A praça da República foi palco do 1º Desfile infantil de Moda Afroamazônica Plantando um Baobá. O evento foi realizado na manhã deste domingo, 19, com o apoio da Prefeitura de Belém, dos Coletivos das Pretas Paridas da Amazônia e de Mulheres Empreendedoras.
Representatividade - Promovido pela marca Fogoyó, da moda afroamazônica, o desfile teve o intuito de dar representatividade para as crianças no campo da moda, explicou a idealizadora da marca, Vanessa Mendonça. "O objetivo do desfile é dar representatividade às crianças, tanto no desfilar, quanto no criar, quanto no brincar, além de elevar a autoestima delas, desde pequenas", comentou.
Crianças de todas as idades participaram do desfile, que lançou a coleção Erê, que quer dizer "criança" em Yoruba. A pequena Pétala, de apenas 10 meses, foi uma das participantes do desfile. A mãe da criança, Luanda Mulambo, produtora de artes cênicas, explicou que a ideia é fomentar a cultura afroamazônica.
Participação infantil - “O desfile veio para enaltecer a nossa cultura e a nossa identidade afroamazônica. A ideia é, nesse primeiro desfile, fomentar a questão da moda negra, da representatividade negra infantil, nos desfiles na produção cultural, na produção que visa a participação infantil”, comentou.
O pequeno Rian dos Santos, de 13 anos, não escondeu a empolgação ao desfilar com a roupa da coleção Erê. "Eu gostei muito de participar e também da minha roupa", disse o menino.
Programação - Além do desfile, também ocorreram perfomances, videoaulas, arte, declamação de poesias, carimbó e a plantação do Baobá, árvore africana. Tudo foi realizado no Quilombo da República, espaço do Centro de Estudo e Defesa do Negro no Pará (Cedenpa).
De acordo com Maria Luisa Nunes, integrante do Cedenpa e do Coletivo Pretas Paridas da Amazônia, explicou o que representa o plantio dessa árvore.
Símbolos de resistência - “Eu penso que, quando você trata da plantação de árvores, tão importantes quanto o Baobá, é para a população brasileira e africana, é também dizer que nós estamos cultivando sementes, que são as nossas crianças. Esse desfile é importante, porque mexe com a autoestima delas, para que elas possam se ver bonitas, se ver importantes, se ver como referências de autoestima, para que se vejam como símbolo de resistência”, comentou.
Segundo a titular da Coordenadoria Antirracista de Belém, Elza Rodrigues, é sempre importante o município de Belém apoiar e incentivar esse tipo de ação.
“Quando as gestões públicas apoiam iniciativas como essa, não é somente para a população negra, é no sentido de aprender a valorizar suas raízes e sua ancestralidade afroindígena. E isso fortalece a população negra e as demais pessoas, conhecendo a cultura afroamazônica e como é muito bonita, rica", finalizou.