Podcast Paid’égua com Marinor Brito traz professor Adolfo Neto e produtora audiovisual Joyce Cursino
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Publicado em 10/06/2022

O segundo episódio do Podcast Pai’dégua, programa de entrevistas comandado por Marinor Brito (PSOL), trouxe o professor e presidente do PSOL no Pará Adolfo Neto e a jornalista e produtora audiovisual Joyce Cursino. Em sintonia com as últimas notícias, os maiores destaques na conversa foram os temas ambientais relacionados às discussões sobre as vulnerabilidades das populações rurais e urbanas da Amazônia.

O episódio iniciou-se com a psolista destacando a ação de cobrança realizada na Alepa, em relação ao desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Ferreira na Terra Indígena Vale do Javari: “fizemos um requerimento cobrando do presidente da República, pra que ele dê as ordens superiores que estão faltando ser dadas pra começar as buscas do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira que sumiram no domingo passado”, disse a deputada.

Ela  ressaltou também que seu mandato é sensível aos conflitos sofridos pelas populações campesinas do Pará: “A gente tem acompanhado a situação de Belo Sun, os ribeirinhos, os quilombolas, os indígenas (…). Tá lá, a Alessandra Munduruku (liderança indígena), na região Sudoeste do Pará, sendo ameaçada, sendo atacada, sua casa sendo invadida”. 

Coordenadora de uma organização de mapeia o jornalismo socioambiental no território da Amazônia, Joyce Cursino, enfatizou que “O Brasil é um dos países que mais mata ativistas e jornalistas ambientais no mundo”, e que “o jornalismo sócio-ambiental não é estimulado, não existe fomento, porque é um projeto político de extermínio das denúncias, para que elas não venham à tona”.

Adentrando no debate Adolfo falou sobre o seu projeto de plataforma de discussões on line, enquanto presidente regional do PSOL: “O Fórum permite a gente fazer política como nós somos. Se conectar com a Amazônia profunda, conectar com os outros países latino-americanos que fazem parte da Amazônia. Aprender com as experiências indígenas, quilombolas, ribeirinhas, pra gente fazer a nossa política olhando pra gente e dizendo ‘a gente não quer ser o Sul’ , ‘a gente não quer ser a Europa’. A gente quer ser a gente, com a nossa identidade, com a nossa história (…). É o direito ao futuro. (…) A gente tem direito ao futuro. A gente não quer morrer, a gente não quer ser exterminado. A gente quer viver como nós somos, com nossas identidades” , disse ele.

Foi destacada também a importância de projetos para inclusão da população periférica de Belém, com foco em políticas públicas que revitalizem as periferias de Belém, enquanto cidade amazônica importante ao equilíbrio ambiental e climático, berço de igarapés e florestas urbanas: “A área (do rio Maguari) vai ser toda revitalizada pelo prefeito Edmilson. Eu fui numa inauguração agora, numa floresta, uma via linda que tem lá no Tenoné, e foi feito uma rua de lazer lá, pras crianças, e foi lindo ver as crianças brincando”.

Joyce acrescentou então que a revitalização de espaços periféricos em Belém que anteriormente abrigavam ecossistemas amazônicos, é importante para conceder acesso às belezas naturais da terra às populações pobres: “esses espaços já existiam. O racismo ambiental vem também pra determinar quem é que vai ter esses espaços de lazer ou não . Esse conceito, que fala sobre o território sendo ocupado de forma desordenada, onde não chegam os direitos, onde não chega o acesso, onde a criança não pode brincar”, disse a convidada.

Assista o episódio #2 do Podcast Paid’égua, na íntegra.

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