Fotos: Agência Belém
O Festival Gastronomia das Ilhas é um programa positivo realizado pela Prefeitura de Belém como forma de valorização da culinária ribeirinha da capital paraense. Sua primeira edição foi realizada em 2021 na ilha do Combu.
Nesta segunda etapa, a ilha da vez é Mosqueiro, localizada na costa oriental da baía do Marajó, circundada ao norte pela praia da baía do Sol, ao leste pelo furo das Marinhas e ao sul pela baía do Guajará, um mundão banhado por águas doces e cercado por dezessete quilômetros de praias e com iguarias sem igual, que estão sendo redescobertos pelo público sob outros olhares.
Em alta
A natureza acolhedora e ambientes culturais de música, história e a boa mesa são destacados pelos frequentadores que participaram do festival neste sábado, 21 e domingo, 22.
Segundo a agente distrital Vanessa Egla, o balanço parcial da coordenação superou todas as expectativas. Ela disse que nos dois primeiros finais de semanas, o evento atraiu milhares de pessoas, movimentando os passos da economia local, a partir de contratação de funcionários, compras em feiras e supermercados e ainda abriu novas opções de turismo e lazer na ilha como pousadas, balneários e igarapés.
“Estamos muito felizes com esses resultados, uma vez que não são isolados, todos os restaurantes desde o Paraíso, São Francisco, Chapéu Virado e Ariramba envolvidos no circuito registraram alta na demanda e precisaram contratar pessoas, gerando novas possibilidades de renda aos moradores locais”, explica a gestora, que provou a moqueca de arraia, um dos pratos favoritos do festival.
Ambiente acolhedor
Quem também esteve em Mosqueiro neste sábado, 21, foi o jornalista Denilson D’Almeida, do jornal O Diário do Pará. Ele prepara uma reportagem especial para o caderno “Na Estrada com o Diário”, a qual abordará o ambiente acolhedor de Mosqueiro, a natureza ribeirinha de Belém, que segundo ele é peculiar e inigualável.
“É aquela máxima de que o povo ribeirinho até oferece a própria rede para você dormir e aqui em Mosqueiro ainda encontramos muito essa vivência e ainda mais com essa comidinha caseira, tudo delicioso”, destaca Denilson.
Para o jornalista, o festival proporciona essas descobertas de natureza mais humana. “Mosqueiro vai além de pontos turísticos mais populares como as praias e as tapiocarias, por exemplo, pois temos locais incríveis e, eu, sempre defendi a ideia de mostrar essas belezas, esse outro lado da ilha de Mosqueiro, que é tão bela e acolhedora”.
Mosqueiro de diversos cenários e gastronomia maravilhosa
Para quem passou também pelo restaurante Casa Moqueio, localizado à beira do rio, de onde é possível avistar a ilha de Marajó, o dia foi de sorrisos. O ambiente é acolhedor com espaços de contemplação decorados com elementos da cultura paraense, uma minibiblioteca e o acervo musical eclético e ainda o tradicional “moquém”, herança dos índios Tupinambás, primeiros habitantes da ilha, que se utilizavam da técnica pra preservação de animais perecíveis. O nome “Moquém” deu origem ao nome de Mosqueiro.
Chef Márzio Oliveira, o festival está servindo ao aprimoramento de receitas como a moqueca de arraia, um dos pratos mais pedidos do evento, em Mosqueiro.
Segundo André Monteiro, que é produtor cultural e dono do espaço, a escolha por Mosqueiro mudou sua vida. “Aqui é um ambiente que reúne um pouco de tudo para que as pessoas se sintam em casa, eu estou muito feliz com o resultado e o interesse do público em conhecer mais sobre Mosqueiro e suas origens. O festival está abrindo essa porta”, explicou.
O chef Márzio Oliveira, formado em gastronomia pela Universidade da Amazônia (Unama), com passagem por casas famosas de Belém e São Paulo, também avalia positivamente o festival.
“Eu comecei lavando pratos e hoje estou aqui cozinhando do mesmo jeito com alegria e satisfação”, contou. Sobre o festival, o chef ressalta a importância pelo caráter da descoberta de novos sabores, da cozinha tradicional e valorização dos produtos locais. “É um aprimoramento da arte de cozinhar, eu estou gostando muito”, disse, sem perder o ritmo frenético do preparo de peixe assado e a moqueca de arraia.
Para as amigas Sandra Trindade e Tânia Costa, o festival está aprovado e o cardápio também. A programação segue até o dia 5 de junho, conforme decisão da Prefeitura de Belém, por meio da Companhia de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belém (Codem), coordenadora das ações em parceria com a Belémtur e Agência Distrital de Mosqueiro.
Festival Gastronomia das Ilhas – Mosqueiro
Restaurantes participantes
Circuito 01 – Praia do Paraíso
Bar e Restaurante Cozinha de Praia;
Barraca do Gringo;
Bar e Restaurante Tropical;
Bar e Restaurante Paraíso;
Restaurante Camboeiro;
Restaurante Moqueio – Hotel Fazenda Paraíso;
Circuito 02 – Praia do Chapéu Virado
Restaurante Samambaia;
Restaurante Play Toc-Toc;
Restaurante K’tispero;
Barraca Pinguim;
Circuito 03 – Praia do Ariramba
Jurubeba Praia;
Jurubeba Restô de Praia;
Barraca e Restaurante Toda;
Bar e Restaurante Panorâmica;
Circuito 04 – Praia do São Francisco
Restaurante Aconchego;
Casa Moqueio.
Circuito 05 – Praia do Porto Artur
Peixaria do Antônio.
Texto: Selma Amaral, via Agência Belém