Fórum Social PanAmazônico, que acontece em julho em Belém, se apresenta no Fórum Social Mundial e fala para o mundo
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Publicado em 09/05/2022

Um emocionado e histórico momento foi registrado em 4 de maio último, quando lideranças dos comitês internacionais do Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa), a convite, marcaram presença no lançamento do Fórum Social Mundial (FSM) 2022, que acontece no México, de 1 a 6 de maio.

Sonia Cifuentes, da área de Comunicação do Fospa Internacional, representando o Fospa Colômbia; Ricardo Jimenez, Fospa Peru; Germán Niño, Fospa Colômbia; e Luiz Arnaldo Campos, Fospa Brasil, em encontro virtual, apresentaram detalhes do processo em construção da décima edição do Fórum Social Pan-Amazônico que  será realizado de 28 a 31 de julho de 2022, em Belém do Pará, Brasil.

O maior detaque, no entanto, foi a importância crescente do movimento e a construção do projeto, criado em 2002, que hoje vai muito além da Amazônia, atraindo interesse mundial. Como mediadora do encontro, fazendo a interação entre as intervenções, Sonia Cifuentes, citada como uma referência histórica neste processo, lembrou que participam do comitê internacional delegados dos nove países que compõem a Amazônia: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Guiana, Venezuela, Suriname e Guiana Francesa.

Memória, história, vitórias

 

“Estou muito emocionado. O Fospa nasce e tem sua raiz no Fórum Social Mundial, nosso Fórum Mãe, grande espaço de cidadania da sociedade civil e dos povos”. Às primeiras palavras de Ricardo Gimenez vieram se somar registros importantes que marcam uma trajetória de muitos enfrentamentos e significativas vitórias. Citando o comitê internacional, especialmente o Comitê Nacional Peru, e o processo no Fospa que se realizou na cidade amazônica de Tarapoto, em 2018, Ricardo elencou os principais avanços, resultados da percepção dos povos e movimentos da necessidade de mudanças.

São citados por Ricardo como vitórias e elementos positivos: 1 – A consolidação da ideia original do Fórum Social Mundial, de fortalecer o protagonismo dos povos, especialmente as organizações indígenas amazônicas e as organizações sociais de base. 2 – A transformação do Fórum Amazônico em um Fórum de toda a humanidade. 3 – As comunicações, um mundo virtual, planetário global, com mensagens e produtos cada vez mais imprescindíveis. 4 – A clareza de que a força do movimento está nas lutas. 5 – A certeza de que o Fospa não poderia ser só um encontro de tempos em tempos, e sim um processo permanente de articulação de lutas e de propostas.

Organização, ataques, perspectivas

Não menos contundente foi a apresentação de Germán Niño, representando a Corporação Ciase-Latindadd.  Com foco em Mocoa, Colômbia, em 2020 quando as circunstâncias da pandemia os obrigaram a fazer em regime de urgência, contando com a solidaiedade internacional, um vitorioso Fospa Colômbia,

“Quando assumimos a responsabilidade de um movimento social ativo vimos com imensa alegria como os países começaram as dinâmicas dos Pré-Fóruns nacionais e como as iniciativas de ação renasceram. Essa é uma missão pra a educação. Sem organização não há processo. A organização leva ao diálogo, que leva à riqueza, à diversidade, à autonomia e à luta, comemorou Germán.

Somando na recuperação da história, atuando na panamazônia desde a criação do Fospa, Luiz Arnaldo Campos, da Secretaria ampliada, responsável pela próxima edição do Fospa, lembra que na segunda edição do Fórum fizemos uma reunião em Benjamim Constant e Letícia. Era uma tríplice fronteira entre Peru, Colômbia e Brasil para fixar os fundamentos de um Fórum que deveria ter o protagonismo dos povos. Em seguida, vivemos um processo intenso. Hoje a Amazônia vive um momento crítico em sua história, sob um ataque jamais visto. E se o Fospa é uma mobilização, uma tentativa de interferência política, de defesa dos povos amazônicos, também é um esforço para projetar um futuro para que possamos discutir a Amazônia que queremos construir. Qual é a Amazônia do bem viver?”

Em seguida, o foco do encontro foi o X Fospa, e a cidade de Belém do Pará, apontada por Ricardo Jimenez como “a trincheira do povo e a capital da rebeldia”.

Acesse aqui a apresentação na íntegra 

Texto: Tania Coelho

 

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