Filme Chama Verequete terá exibição comemorativa com direito a grupos de carimbó e presença da família do Mestre
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Publicado em 11/03/2022

A cultura musical e o audiovisual juntos em homenagem a um dos maiores artistas paraense, o Mestre Verequete. Esse é o objetivo do projeto Chama e Canta Verequete, preparado pela Prefeitura de Belém, que será realizado entre os dias 16 e 20 de março, para comemorar o vigésimo aniversário da primeira projeção do curta-metragem que homenageia o mestre do carimbó.

 

O Cine Líbero Luxardo, localizado no Centro Cultural Tancredo Neves (Centur), será o palco para a exibição do filme Chama Verequete, que conta a história de Augusto Gomes Rodrigues, um dos maiores músicos do Pará. O filme será exibido na película original, na cópia 35 milímetros, a mesma da época da estreia, no ano 2000.

 

Kikito de Ouro – “O filme é uma homenagem ao maior ícone da música popular paraense, gênio e rei do carimbó, Verequete, o qual agora completa 20 anos da sua primeira exibição. O filme ganhou o prêmio Kikito de Ouro, no maior festival de cinema do Brasil, realizado em Gramado”, comentou o prefeito Edmilson Rodrigues.

 

Serão duas sessões, a primeira no dia 14 de março, às 19h, com a presença do prefeito Edmilson Rodrigues e de familiares do mestre Verequete. A segunda exibição será no dia 16, no anfiteatro do Memorial dos Povos, com roda de carimbó. Fechando a programação, no dia 20, uma grande roda de carimbó será feita, às 17h, na Feira do Açaí, com o grupo Uirapuru, efetivando o evento no espaço que, a partir de agora, será apoiado pela Prefeitura de Belém.

 

Debate e muita música – “É o momento para festejar o Verequete e a importância do carimbó para as nossas vidas. Vamos ter momentos de debate e muita música. Teremos o lançamento do programa de Valorização do Carimbó na Feira do Açaí. Essa é uma das grandes bandeiras da prefeitura, fazer com que o carimbó na Feira do Açaí seja feito uma vez por mês”, explicou o presidente da Fundação Cultural de Belém (Fumbel), Michel Pinho.

 

Memórias – Era noite do dia 14 de março de 2002, um homem com seu chapéu chegava na antiga Galeria Boulevard, na avenida Doca de Sousa Franco, para participar, pela primeira vez, de uma sessão de cinema.

 

Por ironia do destino a estreia em uma sala de cinema, era justamente para assistir um filme sobre ele, o curta-metragem Chama Verequete. A cena é lembrada com grande saudosismo pelo diretor do filme e, atualmente, titular da Coordenadoria de Relações Internacionais (Corint) da Prefeitura de Belém, Luiz Arnaldo Campos.

 

“O filme passou ali na antiga galeria, na Doca, onde tinham dois cinemas. Foi muito bonito, ele entrou no cinema, estava lotado, sentamos na terceira fileira, assistimos o filme e depois ia ter uma outra sessão, ai ele falou que estava se afogando, ou seja, chorando, e disse que era a primeira vez que ele tinha entrado em um cinema”, lembrou Luiz Arnaldo.

 

Saudades – As memórias dos dias especiais que viveu ao lado de Verequete, principalmente durante as filmagens, emocionam o diretor do filme, que lembra com carinho do amigo. “O Verequete tem essa coisa da magia. Um pouco antes de filmar, ele teve um problema de saúde, e ficamos na dúvida se ele ainda iria conseguir gravar. Mas ele fez tudo, subiu a escadaria do Palácio Antônio Lemos mais de duas vezes. Tenho muita saudade dele”, conta emocionado.

 

O filme Chama Verequete é um documentário poético sobre o mestre do carimbó e foi produzido por Luiz Arnaldo Campos e Rogério Parreira. O curta é fruto de um edital lançado pela Prefeitura de Belém, em 1999, na primeira gestão do prefeito Edmilson Rodrigues, e possibilitou a produção da obra.

 

Impulso – “Foi um momento de enriquecimento da produção cinematográfica paraense. Foi no final da década de 90, quando o edital deu um impulso nas produções de vídeos e documentários paraenses”, lembrou o prefeito Edmilson Rodrigues.

 

O curta é considerado um marco no cinema paraense, pois resgatou o audiovisual da região norte, ganhando o Kikito de Ouro, no Festival de Gramado, como Melhor Trilha Sonora, que foi exatamente a música de Verequete.

 

Papel importante – “Esse filme foi um marco no audiovisual paraense. Essa produção do curta foi fundamental para a retomada do cinema do estado e teve um papel importante na autoestima da criação paraense. A memória é o que nos faz ser amanhã. O cinema é isso”, disse Luiz Arnaldo Campos.

 

Neto de Verequete, Felipe Rodrigues segue os passos do avô no grupo Uirapuru, criado pelo mestre. O músico lembra das filmagens do documentário e o quanto o resultado do trabalho foi importante para a memória do avô.

 

“Quando gravaram o curta, eu era apenas uma criança, lembro da dedicação das pessoas, do empenho para realizarem um excelente trabalho. E tudo valeu a pena. O filme respeita toda a trajetória do mestre, contando toda a vida dele e deixa a família emocionada”, comentou.

 

Serviço – A programação do projeto Chama Verequete começa na segunda-feira, 14, com a exibição do filme “Chama Verequete”, na copia original, a partir das 19h, no Cine Líbero Luxardo, aberto ao público.

 

Na quarta-feira, 16, o filme será exibido no anfiteatro do Memorial dos Povos, na avenida Governador José Malcher, às 18h, seguindo de uma roda de carimbó e um debate sobre o ritmo que é Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.

 

No domingo, 20, a programação se encerra com uma roda de carimbó na Feira do Açaí, às 17h.

 

Victor Miranda – Agência Belém

Fotos: Marcos Barbosa

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