Escolas de samba terão espaço na Bienal das Artes que acontecerá no segundo semestre, em Belém
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Publicado em 23/02/2022

Historicamente na formação da cidade de Belém, os espaços de lazer e cultura constituídos só surgiram a partir do final do século XIX e início do século XX. Mesmo assim, eram voltados para a elite que habitava o centro da cidade.

As culturas populares, festas de rua, tambores, carimbós e festas de origem africana e indígena aconteciam na periferia de Belém. O carnaval, portanto, se tornou um grande catalisador dos processos históricos e artísticos como teatro, dança, música e artes visuais.

Uma cidade que respira carnaval

Na noite desta terça-feira, 22, o presidente da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Michel Pinho, trouxe essa contextualização histórica para uma reunião com os grupos carnavalescos da cidade.

Para uma cidade que respira carnaval, não ter os desfiles e blocos animando as ruas, pelo segundo ano consecutivo, é, no mínimo, desafiador. Mas engana-se quem acha que, por causa disso, o carnaval não vive mais entre os cidadãos de Belém.

O carnaval segue vivíssimo e com muita expectativa e desejo de colocar os músicos, passistas e apaixonados na avenida. E isso será possível ainda em 2022. Graças aos eventos artísticos que vão ocorrer durante a Bienal das Artes, que será promovida pela Prefeitura de Belém e realizada pela Fumbel, entre setembro e outubro de 2022.

Em sua primeira edição, a Bienal vai oferecer uma grande programação com exposições, apresentações, performances, workshops, palestras e visitas guiadas, tudo de forma gratuita para a população.

O objetivo do evento é utilizar todos os espaços culturais da cidade, como museus, galerias, praças, Usinas da Paz e ruas, para divulgar a arte e cultura.

O carnaval presente na Bienal das Artes 2022

Ao pensar em um formato inédito, diverso e inclusivo, a Fumbel reuniu com as agremiações de escolas de samba, para propor uma parceria que traria o carnaval para a Bienal em uma programação diferenciada, tendo a população como seu público-alvo.

Para o presidente da Fumbel, não há nada mais importante que garantir a participação das escolas de samba no processo de criação artística da cidade. “A ideia é produzir um evento que tenha no seu centro a discussão da diversidade cultural de Belém”, comenta Michel Pinho.

Editais contemplam a diversidade artística

Fomentar e democratizar o acesso à cultura, além de incentivar a produção artística da cidade é uma das metas da Prefeitura de Belém. E, bem como promover e incentivar o intercâmbio cultural, a Bienal das Artes é importante para impulsionar o circuito artístico local e divulgar a arte de Belém para todo o cenário nacional e, até mesmo, internacional, além de fomentar o turismo na cidade.

Os editais de fomento artístico-cultural propostos pela Fumbel são essenciais para promover e manter vivas as produções artísticas de Belém, além de selecionar as apresentações e exposições que farão parte da Bienal.

E, assim como grupos de hip-hop, teatro e dança serão contemplados com editais voltados para a Bienal. A subvenção para os grupos carnavalescos será liberada na íntegra para que as apresentações, oficinas e demais programações propostas pelas agremiações estejam voltadas para o evento. As escolas de samba também abrirão suas portas para receber os eventos propostos pela Bienal.

Grandes expectativas

A proposta de fazer um grande carnaval na Bienal das Artes foi recebida com muita alegria pelas lideranças das agremiações. Para elas, foi a melhor surpresa que eles poderiam ter recebido em 2022.

“É como se o Círio tivesse chegado mais cedo, um verdadeiro milagre. É a grande oportunidade que teremos de trazer o carnaval de volta para comunidade”, comenta Naldo Norberto, presidente da Liga Paraense das Agremiações Carnavalescas (Lipac).

Os carnavalescos acreditam que esse será o momento em que toda a cidade conhecerá o carnaval da periferia.

“Vai ser o grande momento da nossa escola, que, muitas vezes, não é tão conhecida pelo público. É muito importante ter esses movimentos no nosso bairro”, afirma Marlison Bastos, da Mocidade Unida do Bengui.

 

Fonte: Agência Belém

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