Nesta quinta (23/08), às 21 horas no Espaço Cultural APOENA, o cantor e compositor paraense Luis Girard estreia o Pocket Show de pré-lançamento de seu primeiro álbum musical solo, “COLOSSAL”. A performance mostrará em primeira mão as canções que compõem o trabalho do cantor que em breve já deverá estar disponível nos meios digitais.
Luis Girard é uma dos artistas locais mais marcantes, além de grande destaque na música ele também é ator, artista plástico, produtor cultural e assina a autoria de nove das dez faixas do álbum musical, entre as quais seis delas são em parceria com o cantor e compositor Allan Carvalho. O álbum COLOSSAL se completa com a única faixa que não é autoral, o merengue inédito ‘Vila do Jenipapo’ do compositor Ronaldo Silva, feita especialmente para compor o trabalho musical de Luis Girard.
COLOSSAL é uma obra de arte que já surge premiada. É o resultado do Projeto “Nave do tempo – uma viagem pelos bailes da saudade”, idealizado pelo artista e que foi um dos projetos de pesquisa e experimentação contemplados no Edital do Programa SEIVA – 2018 de fomento à cultura na área musical, disposto pela Secretaria Estadual de Cultura através da Fundação Cultural do Pará e a Casa das Artes.
A pesquisa buscou identificar o que se tocava ao vivo nas noites suburbanas de Belém entre os anos 60 aos 80 do século passado, mapeando as principais casas noturnas, cabarés, bares, gafieiras, os artistas atuantes, as celebridades regionais da época e suas importâncias devidas, ritmos, estilos, a composição das bandas, as danças e outros hábitos festivos da cidade como as serenatas, as saudosas batalhas de confete carnavalescas e as festas populares do calendário regional. Para a reunião de tantas informações foram consultados trabalhos acadêmicos sobre a cena musical da época além de entrevistas nas Rodas de Conversas Musicais, oitivas subliminares do projeto que coletaram os depoimentos de estudiosos no assunto, de artistas que tocavam naquelas noites, além da lembrança de meros amantes daquelas farras musicais memoráveis. O resultado é uma real diversidade sonora em movimento, como era de se esperar muitas vezes ditada pelo gosto dos moradores deste eixo suburbano da cidade, assimilada e fomentada pelo rádio e pela tv na época em busca de audiência. Este reconhecimento sonoro explica em muito o panorama atual da musicalidade paraense, digna de latinidades onde se criaram, se recriaram e que terminaram por fundir suas pluralidades sonoras originais sobre tudo com a musicalidade das vizinhanças sul-americanas, caribenhas e das regiões vizinhas, em especial vinda dos principais eixos econômicos e culturais do Brasil. Assim, ritmos como o merengue, a salsa, o bolero, o carimbó e o samba local são exemplos musicais que se recriaram na cidade até o surgimento e ascensão do brega, formando segundo a proposta a principal inspiração presente no trabalho e concretizada na produção do álbum musical e da apresentação ao vivo.
COLOSSAL é uma alquimia sonora primorosa e original sobre vestígios verdadeiros da música popular paraense e brasileira. O trabalho visa oferecer ao público atual uma sonoridade de gafieira com o sotaque paraense numa roupagem épica, recombinando a altivez dos naipes de metais e a delicadeza das cordas com a localidade das percussões como raramente se faz. É a recriação experimental de um ambiente saudoso com obras inéditas revivendo um tempo em que muitas canções se tornaram eternas na memória afetiva de seus apreciadores.
A experimentação artística contou com uma mobilização intensa de vários artistas e produtores. Tem a Direção Musical e os arranjos do trombonista Manassés Malcher, que também tocará na noite do pré-lançamento completando o naipe de sopros ao lado do saxofonista Felipe Ricardo. Nas cordas estarão o contra-baixo de Taylan Pereira, a guitarra e violão de Marcelo Pyroull e, completando a banda, as percussões de Márcio Jardim.
Foto: Carlos Borges
