Camilly Almeida
Música a partir de uma observação sinestésica de Belém. Com sensibilidade crítica e poética, Naïf combina os ruídos caóticos, o que resiste do verde, a água barrenta e o cinza da metrópole desordenada.
Há dez anos, Tita Padilha atua no ambiente cultural paraense, nos bastidores, e há 3 anos vem dando forma a composições. Estas experiências particulares iniciais possibilitaram à artista um encontro com o formato que ela estreia agora, acompanhada por músicos participantes de outros trabalhos, que aqui se reinventam. Além de Tita nos vocais e omnichord, o grupo conta com Rodrigo Sardo na guitarra e Lucas Padilha no baixo, ambos do Meio Amargo, além de Erik Lopes, do A Trip to Forget Someone, na bateria.
O nome do projeto é uma homenagem à arte popular, também designada por arte naïf, criada de forma intuitiva e autodidata. Esta referência se reflete, por exemplo, na intenção de uma experimentação a partir de investigações rítmicas do contexto urbano, com a captação de sons da construção civil ou produzidos pela natureza remanescente na cidade – atmosfera que se traduz nas letras de Tita, em faixas como “Trópicos úmidos”, o primeiro single da banda, lançado no último dia 25 de outubro de 2024.
Buscando também o diálogo com elementos do pop e da música brasileira, Naïf expressa inquietações que refletem sobre as diversas representações das Amazônias e seus contrastes, num trabalho que pretende ainda muitas interações artísticas.
A banda atualmente trabalha na finalização de seu primeiro EP, que será lançado ainda em 2024.
Serviço
Lançamento de Trópicos Úmidos, primeiro single do Naïf
Ouça em primeira mão: https://bit.ly/naif-tropicosumidosyt
Pré-save disponível em: https://onerpm.link/858964093054
Texto: Ana Clara