CARNAVAL 2018 | O BRILHO ROUBADO DA ALDEIA CABANA
Música
Publicado em 27/01/2018

Pelo segundo ano consecutivo, o brilho das escolas e blocos carnavalescos não será visto na passarela da Aldeia Cabana de Cultura David Miguel. Um “acordo”, de caráter impositivo por parte da prefeitura de Belém, resolveu transferir o desfile oficial das escolas para o bairro do Reduto. Este ano, o evento será improvisado ao longo da avenida Marechal Hermes, do limite com a Doca até o Ver-o-Rio. Em 2017, a festa popular, sequer chegou a ser realizada. 

A justificativa para tal mudança de local, que supostamente traria economia para o município, não passa de falsa e demagógica. Não resiste ao teste de realidade. A imposição, na verdade, atende a escusos interesses em torno do milionário investimento na montagem de estruturas provisórias que terão serventia por apenas três dias, de acordo com a programação oficial, em detrimento do bem público. Outra justificativa é a situação precária em que se encontra a Aldeia, aliás de completa responsabilidade da própria prefeitura. 

A Aldeia Cabana, palco de grandes e históricas manifestações culturais, sofre com o descaso. E não só ela: o abandono toma conta de diversos espaços históricos, tal como o Ver o Peso, o Mercado de São Brás, entre muitos outros que podem ser testemunhados a olhos nus pela população de Belém, patrimônios ricos em história e cultura, que se perdem em meio ao descaso e a falta de manutenção.

Inaugurada no ano 2000 pelo então prefeito Edmilson Rodrigues, a Aldeia Cabana de Cultura Amazônica David Miguel, foi concebida como espaço multiuso, destinado à realização do Carnaval e grandes eventos culturais, como a Bienal de Música, entre outras atividades como: educação infantil, brinquedoteca, oficinas de música e dança, atividades para idosos e portadores de deficiência. Uma cidade que pulsa cultura e participação passou a ter, à época na Aldeia Cabana, uma de suas mais importantes expressões. 

Avessa às manifestações culturais, e muitas delas já eliminadas da agenda da cidade, a atual gestão segue Ignorando as organizações carnavalescas, os milhares de brincantes e toda a atividade econômica que envolve a preparação e a realização do carnaval. Lamentável!

Fotos: Bruno Carachesti - Diário do Pará

 

Equipe  Rádio Iara

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