Fotos: Mácio Ferreira/ Agência Belém
A professora Zélia Amador de Deus, uma das fundadoras do Centro de Estudo e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa), foi homenageada na abertura da 5ª Conferência Municipal de Cultura e, agora, dá nome ao evento, que passa a se chamar 5ª Conferência Municipal de Cultura Zélia Amador de Deus.
O evento foi aberto nesta segunda-feira, 30, pela Prefeitura de Belém, no Auditório Ismael Nery, no Centur, e reuniu representantes de 15 segmentos culturais da cidade, autoridades e artistas, para discutir o fortalecimento das políticas públicas destinadas ao setor cultural do município.
A homenageada agradeceu a honraria e relembrou a importância da escuta àqueles que fomentam a cultura em Belém. “É fundamental ouvir os fazedores de cultura do nosso município. É imprescindível ouvir deles quais os caminhos que as políticas públicas devem tomar, para que possam realmente se tornar fortes e potentes”, declarou Zélia Amador de Deus.
Jovens na produção cultural
Para o conselheiro municipal de cultura, Miguel Santa Brígida, a Conferência também é um momento de reorganizar e atrair os novos e jovens produtores de cultura da cidade. “Belém tem uma juventude que está produzindo novas linguagens e uma nova forma de se pensar a cidade. É preciso estar atento, para que o conselho possa estar antenado com as novas intercorrências da modernidade, especialmente essa juventude que está abraçada às questões novas”, relata Miguel Santa Brígida.
Ao longo do dia, os participantes devem gerar propostas dentro de seis eixos temáticos: Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura; Democratização do acesso à cultura e Participação Social; Identidade, Patrimônio e Memória; Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural; Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade; Direito às Artes e às Linguagens Digitais.
Processo democrático
A presidente da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Inês Silveira, aponta que a conferência é a retomada do processo democrático. “Democratização da cultura é exatamente o que é democracia. Construir com os fazedores de cultura esse momento é importante porque é uma retomada. O segmento da cultura hoje retoma um eixo, uma linha de condução das políticas públicas da cidade de Belém”, comemora a gestora.
Para o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, a riqueza cultural do município torna esses momentos de discussão imprescindíveis para a construção das políticas públicas de amplo alcance. “Em todo lugar do mundo, a população tem algumas características, aqui são muitas, dezenas”, reforça o prefeito. “Belém tem tanta cultura, que me dá uma certeza: cultura é o nosso caminho, é a estrutura para o nosso desenvolvimento. A cultura como dimensão da economia criativa, é instrumento de geração de emprego e de construção da cidadania”, acrescenta.
Cultura x fascismo
Representante da ministra da Cultura, Margareth Menezes, o diretor de Articulação e Governança da Secretaria dos Comitês de Cultura do Governo Federal, Pedro Vasconcellos, reforçou que é a riqueza cultural de um povo que pode vencer o fascismo. “É dentro do diálogo e da diversidade que é possível fazer com que as pessoas possam abraçar e enriquecer a cultura", destaca Pedro Vasconcelos.
"As grande mídias ainda colonizam os gostos da população sem acesso à cultura feita dentro dos próprios territórios, e o que o governo federal quer hoje é fortalecer as culturas negras e indígenas, que são os principais formadores da população nacional, além de democratizar esse acesso, fazer com que mais pessoas possam conhecer e ter acesso a nossa cultura”, reforça o diretor.
As prioridades aprovadas dentro da 5ª Conferência Municipal de Cultura, que recebeu do Prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, o nome de Zélia Amador de Deus, serão levadas e discutidas na Conferência Estadual de Cultura, para, depois, irem à 4ª Conferência Nacional de Cultura, prevista para ser realizada em Brasília, em Março de 2024.
