Investimentos em arte e cultura promovem inovações nas escolas de Belém
Atualidades
Publicado em 30/12/2022

Resultado de oficinas nas escolas municipais sobre história e cultura afro-brasileira (Fotos: Ascom/ Semec/ PMB)

Com o objetivo de agregar conhecimento plural e diverso aos estudantes, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), criou em 2021 o Núcleo de Arte, Cultura e Educação (Nace) que permite aos professores formação para que possam planejar e realizar vivências nos espaços escolares e não escolares. 

Em 2022, as formações permanentes se intensificaram. Educadores em arte da rede municipal de ensino de Belém participaram de encontros mensais para construir coletivamente uma educação em artes de forma crítica e inovadora. 

Com o tema “Decolonização do ensino da artes”, o Nace busca atender às leis 10.639 de 2003 e 11.645 de 2008, que tornam obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena. Entre vivências, círculos de cultura, relatos de experiências e palestras, os professores puderam trocar conhecimento com mestres e fazedores de cultura.

Outra formação importante com os docentes é o Teatro do Oprimido, que pretende formar a primeira companhia teatral da Semec, para abordar temáticas importantes entre os estudantes como violência, racismo, feminismo, e outros assuntos.

Além do Cine Curau, que, por meio da leitura crítica defendida por Paulo Freire, mostra aos educandos como perceber e transformar a sua realidade. Entre as atividades do Cine Curau há sessão cineclubista, oficina de criação cinematográfica, oficina de formação jovem cineclubista e curso de formação em cinema nas escolas.

O Nace é responsável pela retomada das atividades da Escola Municipal de Dança de Belém, que propõe na prática o diálogo com o corpo por meio da dança numa perspectiva cidadã, ou seja, a dança no eixo socioartístico e educacional.

São turmas de dança moderna, dança contemporânea e iniciação aos fundamentos básicos do balé clássico para 130 alunos, tanto na Aldeia Cabana, quanto nas escolas municipais Sílvio Leandro, localizada no bairro do Coqueiro, e Manuela Freitas, no bairro de São Brás.

Outro espaço reativado foi a Galeria das crianças “Amarilze Sfair”, que  recebe exposições produzidas nas escolas. O espaço é aberto à comunidade escolar e sociedade. As obras se apresentam em diversas linguagens e saberes com a intenção de contribuir com o desenvolvimento das aprendizagens em artes.

Ilhas 

Arte e Cultura também chegaram às ilhas de Belém, com o projeto “Popopô das Artes”, por meio de oficinas, projeção de filmes, apresentações artísticas e registros de memórias envolvendo educadores e educandos das comunidades ribeirinhas.

Outro projeto que mudou a paisagem das escolas reinauguradas foi o “Cores de Belém”, que de forma lúdica deixou o ambiente mais alegre para os estudantes. 

A rede municipal de educação recebeu diversos projetos especiais e oficinas ministrados por mestres do saber ou fazedores de cultura. Entre eles estão a formação do grupo de flauta doce, do coral infantil, oficina de teatro, dança, cerâmica, retratísticas decoloniais e arte nos muros.

Destacam-se também os projetos desenvolvidos nas escolas por meio de parceiros, como o Cantarolar, de Salomão Habib, Rádio Margarida, Aqui tem Música, da Universidade Estadual do Pará (Uepa), Concertos Didáticos, da Fundação Carlos Gomes, e outros.

Para a secretária municipal de Educação, Márcia Bittencourt, “a arte e cultura é fundamental para a formação dos nossos estudantes de forma unilateral, ou seja, integral e integrada. A criação do Núcleo de Arte, Cultura e Educação possibilita a vivência com as diferentes linguagens artísticas, além da pintura, colagem e dança a que estão acostumados”.

Novas conquistas

No último dia 14, a Prefeitura lançou o primeiro Ecomuseu de Belém, que atenderá à rede municipal de ensino. Chamada de museu de território, o Ecomuseu terá ações em escolas polos e em comunidades, valorizando patrimônios, saberes e fazeres tradicionais que promovem o desenvolvimento local. 

Em 2022, a Secretaria Municipal de Educação recebeu o Palacete Pinho, patrimônio histórico da cidade, para ser a Casa de Artes. O espaço será restaurado no início de 2023 e vai acolher os estudantes no contraturno, garantindo uma educação integral. 

A rede também recebeu o Espaço Esportivo Cultural Cabano Maestro Altino Pimenta, para promover não só ações esportivas, mas também culturais, junto com a Secretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer (Sejel).

A Prefeitura está investindo R$ 5.005.056,02 na restauração do Palacete Pinho e R$ 3.534.949,57, na reforma do Altino Pimenta, ambos com a previsão de entrega para o final de 2023.

“A conquista de ter um espaço específico com o Palacete Pinho é a possibilidade de fazer a educação integral. É lá que as crianças vão conhecer diferentes linguagens artísticas. Então vai ser algo inovador, no sentido de que a cultura esteja na base para a formação desses sujeitos”, conclui Márcia Bittencourt.

 

Texto: Tábita Oliveira, via Agência Belém
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