“Ser mulher da Amazônia é ser plural e mover forças da ancestralidade”

O Instituto de Mulheres da Amazônia (IMA) reuniu representantes do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia e Pará, a fim de traçar estratégias para a participação das mulheres no X FOSPA. A primeira reunião de nivelamento, realizada no último dia 31, pautou o cenário de organização do X Fospa e deu início ao avanço do roteiro de atividades dentro do encontro.

“Queremos convidar todas as amazônias e todos os brasis para virem conosco participar desse momento tão importante em tempos sombrios. É tempo de renovar as esperanças e visualizar propostas concretas para essa realidade tão perversa que vivenciamos atualmente”, ressaltou Concita Maia, presidenta do IMA.

O IMA tem a missão de defender os territórios, identidades culturais, florestas, águas e os povos que vivem na Amazônia, com destaque para os direitos das mulheres amazônidas dos nove estados da Amazônia brasileira.

O Instituto é um legado do Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia (MAMA) que envolve mulheres de todos os estados da Amazônia Legal. “Nosso objetivo maior é consolidar a articulação das mulheres amazônidas, evidenciando as nossas especificidades, realidades e o protagonismo das mulheres da Amazônia nas suas ricas pluralidades, sejam elas parteiras, benzedeiras, do campo, das águas e das cidades, quebradeiras de coco, pescadoras, trabalhadoras rurais, artesãs, indígenas, quilombolas, ribeirinhas e toda a pluralidade das mulheres amazônicas, fortalecendo a articulação para se obter um protagonismo eficiente, eficaz e combativo”, explicou Concita.

Dentro do X Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA), o IMA/MAMA integra o comitê da Casa dos Povos e Direitos, o que o coloca em participação ativa na construção do Fórum, por meio de mobilizações que perpassam os diálogos debatidos dentro do FOSPA, enfatizando a participação da mulher amazônica dentro da floresta.

“Nós estamos participando do FOSPA para ecoar a nossa voz, para dizer não a esse modelo de desenvolvimento que invade os nossos corpos-territórios e devasta as nossas vidas e a vida que pulsa na Amazônia, que é tão importante para o planeta terra”, destaca a presidenta do IMA.

Segundo Concita Maia, durante o X Fospa, será lançada a Agenda 2030 das mulheres da Amazônia, que foi construída com a participação de mais de 250 mulheres de todos os estados da Amazônia legal Brasileira, o que legitima as vozes das lideranças presentes nesses espaços.

A agenda, criada a partir da percepção de que a problemática das mulheres da Amazônia não estava inserida no espaço de discussão, aborda a pluralidade e individualidade de cada mulher que vive na Amazônia, mas que falam de realidades distintas seja das águas, das aldeias, dos quilombos e outros lugares dentro da floresta.

TEXTO: Michele Jaques

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