Imagem da Aldeia Sawré Muybu, do povo Munduruku. A foto é de Fábio Nascimento, para o Greenpeace
Midia Ninja- Os povos indígenas do Brasil contribuem com o mundo todo pela proteção de florestas. Um relatório do MapBiomas divulgado nesta terça-feira (19), destaca que os territórios indígenas sempre foram as áreas mais protegidas da Amazônia e que eles formam uma barreira contra o avanço do desmatamento no Brasil.
Nos últimos 30 anos, as Terras Indígenas no Brasil perderam apenas 1% de sua área de vegetação nativa, enquanto nas áreas privadas a porcentagem de desmatamento foi 20,6%. Dados do MapBiomas mostram que a devastação entre 1990 e 2020 foi de 69 milhões de hectares, sendo que somente 1,1 milhão ocorreu nas terras indígenas. Outros 47,2 milhões de hectares foram desmatados em áreas privadas.
O coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo ressalta que a proteção indígena “é fundamental para manter os rios voadores e garantir a segurança hídrica, alimentar e energética do País. Assegurar os direitos dos povos indígenas é assegurar nosso futuro”.
Ele declara que os dados de satélite não deixam dúvidas que são os indígenas que estão retardando a destruição da floresta Amazônica.
“Sem seus territórios, a floresta certamente estaria muito mais perto de seu ponto de inflexão a partir do qual ela deixa de prestar os serviços ambientais dos quais nossa agricultura, nossas indústrias e cidades dependem”, explica Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas.
As terras indígenas ocupam 13,9% do território brasileiro e contêm 109,7 milhões de hectares de vegetação nativa, que correspondem a 19,5% da vegetação nativa no Brasil em 2020.
Mas em 2019, o alerta foi ligado com o aumento de invasões às TIs acentuadas no governo Bolsonaro. O estudo do MapBiomoas reforça que é preciso intervenção para interromper o avanço.
O levantamento indica que em 2016 a área destruída por garimpo ilegal em terra indígena era de 58,4 hectares e em 2021 foi de 2.409,3 hectares, 41 vezes mais. Mas em 2019, a devastação atingiu seu ápice, com a destruição de 2.975,3 hectares. As áreas mais afetadas estão nas TIs Munduruku, Kayapó e Yanomami.