Fotos: Alberto Bitar
Seis anos após seu último projeto, o selo fonográfico Discosoaleo retoma sua produção com o “30por3”, projeto de coletânea que reúne os músicos Erik Lopes, Mainumy e Jimmy Góes. Cada artista apresenta faixas inéditas de seus trabalhos, somando 30 minutos de duração, no formato de Fita Cassete e contando também com distribuição digital.
Criado em parceria pelos produtores Leo Bitar e Ana Clara, o 30por3 buscou artistas paraenses de diferentes abordagens musicais, mas que se conectam pela maturidade e vanguardismo de seus trabalhos. Leo explica que a ideia surgiu a partir do formato da mídia cassete, onde cada lado da fita comporta 30 minutos. “A gente (ele e Ana Clara) pensou na fita cassete e então pensou em convidar três artistas, cada um fazendo 10 minutos de música, então são três artistas em 30 minutos, por isso é 30por3”, conta o produtor.
Ana Clara conta também que a escolha dos músicos se deu tanto pela obra de cada um quanto pela afinidade da Discos com os trabalhos deles. “Os artistas do projeto foram escolhidos pela consistência dos trabalhos e afinidade do selo com a sonoridade de cada um. É uma pequena amostra da produção do contexto urbano atual em Belém, com referências de música regional, brasileira, pop e rock.”, disse ela que também é cantora e teve seu disco em vinil lançado pelo Discosaoleo há cerca de seis anos.
Com distribuição prevista para o dia primeiro de Novembro em todas as plataformas digitais – o selo também vai produzir, posteriormente, 50 cópias limitadas da coletânia em fitas cassete numeradas, sendo 30 das quais – distribuídas para artistas, instituições, acervos e ações de divulgação. As demais cópias serão comercializadas em valor abaixo do praticado no mercado.
Fita cassete e o mercado analógico da música
Com nove anos de atuação no mercado da música produzida em Belém, o selo fonográfico Discosaoleo nasceu com a loja de mesmo nome, ambos saídos de um sonho do produtor Leo Bitar. Trabalhando com desenho de som para artes sonoras, teatro, videoarte, e cinema desde o final dos anos 80, Leo resolveu abrir o selo num momento em que a cena independente estava sendo retomada no país. “Eu tô nessa cena de música há muito tempo, sempre estudando, comprando, colecionando discos, estudando sobre o som analógico, o som digital, engenharia de som, essas coisas todas, fabricação de discos… então uni o útil ao agradável, um gosto, uma paixão que acabou virando um trabalho. E foi esse o start de um sonho mesmo e de ter um selo fonográfico e produzir discos”, informa.
Com um hiato de seis anos sem lançar discos, Leo se juntou a Ana Clara para pensar formatos possíveis de difusão musical, nascendo assim o 30por3. Segundo a dupla, a opção pelo formato cassete se deu por esse direcionamento de mercado e público, que prioriza o analógico. “Além de suporte para ouvir as músicas, a fita simboliza uma concretização do lançamento para os artistas, uma recordação do projeto, algo palpável além da circulação no universo virtual, efêmera e muitas vezes com a visibilidade limitada pelo grande volume de lançamentos”, elucida Ana Clara
A cantora e produtora explica ainda que “em termos de democratização do acesso à música, sabe-se que é indispensável a disponibilização nas plataformas digitais, portanto este modelo também está contemplado na proposta”.
O projeto está sendo concretização a partir do Prêmio da Fundação Cultural do Pará e movimentando artistas e profissionais da cadeia produtiva das artes. Leo e Ana Clara ressaltam que “tendo-se em vista os muitos obstáculos existentes na produção musical independente para os diversos atores envolvidos, a possibilidade de realizar esta coletânea com incentivo do Prêmio FCP de Incentivo à Arte e à Cultura é um estímulo fundamental para a continuidade das atividades do selo e também proporciona aos artistas a oportunidade de exercer sua atividade com maior suporte profissional, com cachê pela participação, acompanhamento de produção executiva, assessoria fonográfica e divulgação. Com um lançamento, três trabalhos diferentes, além do próprio selo, podem ter seu alcance de público impulsionado”, acreditam os produtores.
Os artistas e suas musicalidades
Surpresos com o convite, mas ao mesmo tempo conscientes da qualidade musical de seus trabalhos, Mainumy, Jimmy Góes e Erik Lopes são artistas independentes com mais de 10 anos de produção.
“Eu vejo que esse convite é também uma super-celebração do quanto a minha carreira está conectada com a Discosaoleo”, diz o músico Erik Lopes. Tanto ele quanto Jimmy e Mainumy acreditam que o convite para integrar o 30por3 é um reconhecimento para seus trabalhos. “A gente vai fazendo as coisas e vai colhendo os frutos”, acredita Jimmy.
Para a cantora e compositora Mainumy o reconhecimento é também honra. “Eu recebo esse reconhecimento por ser lembrada por pessoas tão queridas como a Ana Clara e o Leo Bitar. E também é uma surpresa, pois temos diversos artistas potentes na nossa cena autoral que eu me sinto muito honrada de ser chamada para participar desse projeto que só tende a crescer”, finaliza.
Serviço:
Lançamento do Projeto 30por3
Dia 1 de novembro em todas as plataformas virtuais.
Texto: Assessoria de imprensa