O trabalho conta com emenda do então deputado federal Edmilson Rodrigues
O trabalho de restauração de todo o acervo pessoal do violonista Sebastião Tapajós para o resguardo da obra do artista e a disponibilização em ambiente virtual, foi iniciado em Santarém, cidade do Baixo Amazonas. O acervo possui mais de 50 anos e inclui recortes de jornais, partituras, cartas, fotografias, fitas magnéticas, fitas de vídeo, discos, documentos, prêmios, medalhas, violões e outros itens pessoais do célebre paraense.
Especialistas em restauração, museólogos e historiadores paraenses, alguns vindos de Belém, assim como a equipe de São Paulo que fará o site e a disponibilização virtual do acervo, já estão atuando no projeto. A equipe conta ainda com 40 bolsistas da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). O trabalho está sendo realizado no Teatro Vitória, de Santarém.
O projeto Sebastião Tapajós Vida e Obra em Plataforma Digital foi elaborado em 2019, quando o artista ainda estava vivo, mas acabou sendo adiado por conta da pandemia. Sebastião faleceu em 2 de outubro de 2021. “Esse projeto foi pensado e sonhado junto com Sebastião Tapajós. Conseguimos recurso (R$ 200 mil) da emenda parlamentar do então deputado federal Edmilson Rodrigues, hoje, prefeito de Belém. Infelizmente, nós perdemos o Sebastião antes de dar início ao processo”, conta a presidente do Instituto Sebastião Tapajós e coordenadora do projeto, Cristina Caetano.
A emenda foi liberada em 2022 por meio de convênio firmado entre a Prefeitura de Belém e a Universidade Federal do Pará (UFPA). “O Instituto Sebastião Tapajós prossegue com o que foi acordado com o violonista. Vamos, com esse recurso, executar boa parte do projeto, iniciar com o acervo que está sob a guarda da Tanya Marcião, viúva do Sebastião”, continua. Em 2023, o instituto espera captar mais recursos para dar continuidade à restauração e resguardo do acervo.
“Já estamos com mais de 400 jornais selecionados que estão passando por tratamento. É um acervo bem diversificado, que ficou muito tempo guardado em baús e malas. Queremos fazer um trabalho para que esse acervo possa durar mais 50, 100 anos”, completa.Queremos que essa obra que ele deixou tenha um alcance máximo e que também possamos ainda pesquisar o que ainda tem fora da cidade e do país, um trabalho longo.
O conservador e restaurador Augusto Pacheco Neto explica que o trabalho ainda está no início e deve durar entre três e seis meses. “Começamos a separar os materiais. Ainda faremos a higienização, catalogação e acondicionamento próprio para a guarda. Uma das etapas é a digitalização do que for possível para o museu virtual. Isso vai fazer o acervo durar mais, ele vai ficar arquivado na UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará) para consulta e produção de conhecimento sobre o Sebastião Tapajós”, explica.
A emenda prevê a criação de um museu virtual, além do lançamento de um álbum e de um show em homenagem a Sebastião Tapajós.