No sudeste do Pará, Lariza é musicalidade que transborda
Música
Publicado em 01/02/2022

Por Ju Abe

 

Lariza é compositora nata, pois, desde que fez o primeiro show na "Virada Cultural", que aconteceu em 2014 em Belém, o fez com repertório 100% autoral, acompanhada de seu parceiro na época, o músico e produtor João Urubu. A cantora viera de Marabá, sua cidade natal, pra estudar música na capital e começar a construir o sonho de fazer música.

 

Hoje Lariza está de volta à Marabá e lá tem continuado sua empreitada musical. Lançou, no último mês de outubro, através da Lei Aldir Blanc de apoio aos setores culturais prejudicados pela pandemia, o álbum “Tuas águas Minhas”, concebido entre gravações em Belém e Marabá e produzido pelo músico belenense Renato Torres. A marabaense relata que durante o tempo da pandemia também se enveredou num projeto audiovisual, cujo produto foi o filme “Sabiá: canto de um povo fundo”, uma mescla de documentário com dramaturgia que trata sobre as culturas populares do Sul e Sudeste do Pará. O filme foi dirigido, roteirizado, produzido e protagonizado por ela.

 

O EP “Tuas Águas Minhas” é o segundo da carreira de Lariza. Antes dele, outro foi lançado em 2018, de denominação homônima. Ambos seguem uma estética que prima pelas sonoridades orgânicas. Neste segundo, os instrumentos acompanham a interpretação vocal, segundo relata Lariza. A artista explica que a voz faz uma interpretação intensa da poesia, e ela queria que os instrumentos acompanhassem a performance vocal.

 

 Além do EP com faixas inéditas, Lariza lançou também em outubro de 2021 um videoclipe da canção “Sem que Tu Saibas”, a qual segue a linha poética das outras faixas do disco, que tratam sobre o amor romântico. “É um álbum que fala sobre amor romântico, inclusive sobre o mesmo amor. E eu coloquei as faixas na ordem cronológica em que compus as canções”, diz a cantora.

 

 Lariza acredita em sua arte justamente pela espontaneidade que ela traz: “fazer arte é a necessidade de dizer o que transborda de dentro da gente”, de modo que este “transbordar” brota da humildade e da escuta, as quais sempre fizeram parte de sua caminhada, e são o segredo de seu carisma: “deixar a arte desaguar, chegar na humildade, devagar, com respeito”.

 

 Preocupada com o contexto social, Lariza diz que apesar das dificuldades, a persistência dos artistas é importante: "nós precisamos de insistência nesse momento histórico, porque nossa voz já tá sendo muito abafada,muito calada. A arte tem um papel social muito importante de alertar, de desalienar. Tanto que a censura ta em cima". 

 

 

Conheça o trabalho de Lariza: Lariza | Linktree

 

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