Mácio Ferreira/ Agência Belém
A instalação da Casa Bruno de Menezes, em Belém, foi confirmada pelo prefeito Edmilson Rodrigues em cumprimento a uma antiga promessa feita à Marília de Menezes, filha do poeta modernista Bruno de Menezes, (1894-1963), autor de um dos principais livros de poesia paraense, “Batuque”, de 1931. A Prefeitura de Belém destinará parte da antiga Casa Dina de Oliveira, no bairro da Cidade Velha, localizada ao lado do Palacete Pinho, para abrigar as obras do poeta responsável por colocar Belém como referência do modernismo brasileiro.
A Casa já está em processo de reforma, orçado no valor de R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil reais). Antiga residência da artista plástica paraense Dina de Oliveira, o prédio agora integra o complexo do Palacete Pinho, recentemente reformado pela Prefeitura de Belém para sediar a Escola Municipal das Artes. O imóvel se estende da rua Doutor Assis à rua São Boaventura e a parte com entrada pela rua Doutor Assis foi escolhida para homenagear o poeta.
“É uma casa adquirida pela Prefeitura como anexo ao Palacete Pinho. O Palacete Pinho é a Escola Municipal das Artes, de todas as linguagens artísticas incluindo as letras/literatura e exatamente numa parte deste anexo nós organizaremos o espaço permanente de memória em que se debaterá, permanentemente, a obra literária paraense brasileira onde se terá bibliotecas com acervo dos artistas paraenses, especialmente, do Bruno de Menezes”, explicou o prefeito Edmilson Rodrigues.
História
“Menezes é um misto de poeta, romancista, novelista, folclorista, sindicalista e agitador cultural”, assim o poeta e professor Paulo Nunes, descreve em um dos seus artigos, o intelectual da literatura paraense Bruno de Menezes.
Natural de Belém, Bento Bruno de Menezes Costa nasceu em 1863, no bairro do Jurunas, e desde cedo enfrentou obstáculos econômicos e sociais que lhes abriram caminhos para tornar-se intelectual referência na literatura paraense e nacional. No ano de 1923, Menezes fundou a Revista Belém Nova, alinhada ao movimento modernista nacional. Em suas obras ele descreveu a realidade dos negros da Amazônia. Em 1931, o poeta lançou o livro Batuque, inserido na coletânea Poesias.
De acordo com o prefeito de Belém, a Casa Bruno de Menezes “também homenageará outros artistas paraenses que junto com ele participaram de movimentos como a Academia do Peixe Frito e outros movimentos revolucionários que estabeleceram toda uma nova linguagem literária poética”.
Para Edmilson Rodrigues, Bruno de Menezes é um gênio que merece ser conhecido pelo mundo. E ao homenageá-lo a Prefeitura afirma a importância da sua obra para as crianças e jovens de Belém. “Nós vamos estabelecer a criação desta Casa Bruno de Menezes como uma forma concreta de homenagear a memória do Bruno o que, a rigor, é uma política de recuperação da própria autoestima do povo paraense, ao perceber que nós temos aqui na verdade uma produção, literária, pictórica e artística em geral, de grande importância histórica”, concluiu.