Tradições culturais marcam a abertura da exposição Juruna e Arara, no São José Liberto
Atualidades
Publicado em 09/08/2023

Foto: Ascom/ Sederne/ GovPA

O Espaço São José Liberto, em Belém, abriu a exposição "Juruna e Arara: Água e Vida na Volta do Grande Xingu", na noite da terça-feira (8). A cerimônia de abertura, contou com a participação de mais de vinte indígenas artesãos das etnias Juruna e Arara, do titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Paulo Bengtson; da secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal e da diretora superintendente em exercício do Sebrae, Maria Domingas.

A iniciativa tem como objetivo divulgar, por meio da produção artística e artesanal, o modo de viver, os saberes tradicionais e a história da ancestralidade das etnias, promovendo aos visitantes oportunidade única de conhecer de perto e se encantar com a história, a arte e a sabedoria que têm sido transmitidas de geração em geração pelos povos originários.

A partir desta quarta-feira (9), o evento ficará aberto ao público de 10h às 18h, e no domingo (13), último dia do evento, de 10h às 14h. Toda a programação é gratuita e tem o apoio do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), e realização da Norte Energia.

Durante a sua fala o titular da Sedeme, Paulo Bengtson, ressaltou a importância da exposição para que as pessoas conheçam a riqueza cultural dos povos originários, e o potencial da economia criativa. “O Espaço São José Liberto está aberto para realização de ações voltadas para o desenvolvimento da economia sustentável, associadas à valorização da cultura local. Desde que a Sedeme assumiu a gestão direta do ESJL, estamos trabalhando com ações voltadas para o fortalecimento do Polo de Bioeconomia tendo como ponto alto o fortalecimento da economia regional e tornar as cadeias produtivas mais competitivas”, disse o secretário. 

Toda produção artística e artesanal que será apresentada ao público é resultado das atividades desenvolvidas pelo Programa de Patrimônio Cultural Material e Imaterial (PPCMI) do Plano Básico Ambiental do Componente Indígena (PBA- CI) da hidrelétrica Belo Monte, desenvolvido na região pela Norte Energia, concessionária da usina. A exposição tem a curadoria de Idanise Hamoy e Renato Imbrosi, e fotografias de Walda Marques. 

“Durante a exposição, o público vai conhecer mais sobre as tradições e os conhecimentos milenares dessas etnias, além de aprender sobre seu modo de viver em harmonia com a natureza", destaca a curadora da exposição Idanise Hamoy.  Ela destaca, ainda, que  a preservação da Terra Indígena Paquiçamba, onde os Juruna habitam em seis aldeias, da Área Indígena Juruna do Km 17, com uma aldeia e uma Reserva Indígena, e da Terra Indígena Arara da Volta Grande do Xingu, com suas quatro aldeias, são pilares essenciais para garantir a continuidade dessa riqueza cultural. 

"Cada peça reflete a identidade e a história ancestral dos Juruna e dos Arara, sendo uma forma de valorizar e apoiar suas comunidades. Esperamos que os visitantes mergulhem nessa experiência enriquecedora, apreciando a diversidade cultural e valorizando a importância da preservação da rica herança dos povos originários”, acrescentou Hamoy.

O visitante poderá conhecer mais sobre a região do Xingu e adquirir produtos em miçanga, artefatos de madeira, tecidos estampados, com a marca dos grafismos de cada etnia, comercializados durante a exposição. 

“A exposição é mais uma demonstração de como os saberes, as atividades culturais, são importantíssimos para  geração de emprego e renda. São mais de 150 artesãos, de dois povos que  vivem numa região muito pressionada  por grandes projetos. Essa arte produzida e o reconhecimento do talento dessas mulheres, é um componente muito importante de valorização, da luta pelo território, da melhoria da qualidade de vida e do bem viver. Temos muitas políticas públicas integradas aqui, a exemplo da economia criativa, do fortalecimento dos direitos das mulheres, que ocorre no momento em que o mundo está absolutamente sustentável, fortalecendo laços e preservando a ancestralidade”, disse Ursula Vidal, Secretária de Estado de Cultura.

“É uma emoção muito grande ver as peças que produzi em uma exposição, e saber que serão adquiridas e levadas para outros lugares, ajudando a divulgar nossa história e tradições. Durante a exposição  temos a oportunidade de explicar sobre as nossas tradições, principalmente sobre o grafismo que marca a identidade de cada etnia. Trouxe para exposição peças com desenhos em alusão às ondas dos rios, ao guerreiro e outros", disse a artesã indígena, Tayane Rocha, da etnia Juruna.

“Nós ficamos alegres com essa exposição, ver o desenvolvimento do artesanato indígena sendo reconhecido, e nos ajuda no fortalecimento da nossa cultura e também na geração de renda para nós que somos artesãos dentro da aldeia, disse” Kueru da etnia Arara.

“Esse projeto nos trouxe de volta para a Volta Grande do Xingu, estamos fortalecendo  nossa cultura, tradições e resgatando a nossa língua de origem aos poucos. Eu já estou falando a nossa língua de origem. Posso afirmar que esse evento é muito bonito”, a artesã indígena Maria Perpetua, conhecida como Peta.  

Participaram também do evento os titulares de diretorias e coordenadorias da Sedeme, que são: a secretária-adjunta de Gestão Administrativa, Juliana Vaz; o secretário-adjunto técnico, Carlos Ledo; o diretor de Energia (Diren), Mauro Bastos; a diretora de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (DDCIS), Sherry  Brom; a diretora de Cooperativismo (DCOOP), Ticianny Santos; o secretário Operacional de Comissão da Política de Incentivos ao Desenvolvimento Socioeconômico (Secop), Ricardo Leitão; o chefe de gabinete, Alberto Campos Ribeiro; e a coordenadora do Núcleo de Planejamento Estratégico (NPLAN), Raquel Albuquerque.

Fonte: Agência Pará, por Aldirene Gama

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