Em Belém, monge yogue Nirvedananda lança músicas com influências africanas
Música
Publicado em 06/04/2023

Nirvedananda vive em Belém desde 1999 e é naturalizado brasileiro (Foto: redes sociais).

Melodias simples e tocantes, embaladas em arranjos angelicais e poesia que fala sobre temas como Deus, natureza e os costumes dos povos de Camarões, seu país de origem, assim é a música do monge yogue Nirvedananda, residente em Belém desde 1999 e naturalizado brasileiro, e que atualmente trabalha em produções musicais no estúdio do músico belenense Thiago Albuquerque. 

Nirvedananda ou “Dada”, como é chamado por seus amigos próximos por conta do título hierárquico que recebeu da escola onde aprendeu Yoga, também atua em Ananindeua, no projeto social CENHAMAR, cujo público-alvo são comunidades do entorno do antigo lixão de Santana de Aurá, no bairro de Águas Lindas. Além disso, ele é oficialmente representante na região Norte da Associação Sócio-espiritual Ananda Marga, organização yogue presente em vários países, cuja sede sul-americana fica em São Paulo. 

Nirvedananda lançou recentemente no youtube uma nova canção, em formato de Web Lyric-video animado. “Mbak ngofa” foi composta em dialeto de Camarões, e fala sobre o costume camponês Camaronês onde as mulheres são incumbidas de cuidar das plantações de milho, enquanto homens cuidam de outros vegetais. A canção começou a ser gravada em 1997, no Rio Grande do Sul e finalizada recentemente, no estúdio de Thiago Albuquerque, em Belém. O vídeo ganhou animações criadas pelo próprio artista, que também desenha, e chegou à plataforma no início de março. O monge contou à Radio Iara que a canção retrata também a alegria dos povos da África quando a época de chuvas chega, período de abundância onde as terras ficam férteis para as plantações. 

Com influências de música folclórica africana, música indiana e música clássica, o artista começou a gravar suas canções no ano de 1996, incentivado por amigos próximos, embora já compusesse desde criança, no vilarejo onde cresceu, em Camarões. Gravou em estúdios no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Guyanas e Suriname, chegando a prensar alguns CD’s e fitas cassetes. O primeiro lançamento nos streamings de música veio no ano de 2021, quando ele disponibilizou virtualmente três de suas canções. 

O africano diz que faz música pois ela o “ajuda muito”. Ele acredita que a boa música eleva “a mente ao nível espiritual” e busca uma estética que dialoga com várias culturas: “eu acredito numa mistura de culturas”, disse ele à Rádio Iara, acrescentando que tem referência em músicos africanos como Manu Dibango e Francis Bebey, que trazem timbres ocidentais e os mesclam à linguagem africana.

Assista aqui ao single "Mbak ngofa".

Ouça aqui Nirvdananda no Spotify.

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