Prefeitura de Belém presta solidariedade ao Quilombo da República
11/07/2022 18:04 em Atualidades

A Prefeitura de Belém, por meio da Coordenadoria Antirracista de Belém (Coant), prestou solidariedade ao Quilombo da República na manhã deste domingo, 10. O ato denominado: Nós não vamos Sucumbir, foi cobrada justiça por mais uma depredação do quiosque, que funciona na Praça da República, no centro da cidade. 

Na última quarta-feira, 6, o Quilombo da República, um espaço destinado ao empreendedorismo de mulheres pretas e de memórias dos negros na cidade, foi arrombado, depredado e saqueado.

Pedido de reforço - Ao saber do ocorrido, imediatamente a Coant solicitou ao comando da Guarda Municipal apoio e reforço na segurança do espaço. A coordenadoria também deixou à disposição do espaço o serviço jurídico do órgão para prestar as orientações necessárias no caso. 

“A Prefeitura de Belém, através da Coant e do prefeito Edmilson Rodrigues, tem muito apreço pelo Quilombo da República e a luta do movimento negro. O prefeito criou a Cont e o Estatuto da Igualdade Racial de Belém, isso mostra o compromisso da gestão no combate ao racismo. A Coant está aqui hoje no ato para prestigiar, prestar apoio e dizer que o movimento pode contar sempre com a prefeitura”, afirma a coordenadora Antirracista de Belém, Elza Rodrigues, que participou do ato. 

Investigação mais célere - A Coant também enviou ofício à Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), pedindo celeridade nas investigações do caso, que já é recorrente. No intervalo de três meses, essa é a segunda vez que ocorre a invasão do Quilombo da República. 

Várias pessoas e entidades ligadas ao movimento negro participaram do ato, que cobrou punição para os envolvidos na depredação e saqueamento do Quilombo da República. 

Relevância do Quilombo da República para Belém 

O QR já existe há mais de 20 anos, é administrado pelo Centro de Defesa e Estudos do Negro no Pará (Cedenpa) e conta com cerca de 19 mulheres negras empreendedoras do coletivo Pretas Paridas da Amazônia. 

Segundo estudos históricos, onde hoje se situa o QR, já foi no passado um espaço para o enterro de pretos desvalidos, uma espécie de cemitério, portanto, a área da Praça da República, se tornou um território sagrado para a população negra local.

“Além de ser um espaço para comercializar nossos produtos e serviços, esse é um espaço de acolhimento dos nossos que estão transitando aqui no centro”, explica a representante do coletivo Pretas Paridas da Amazônia, Bruna Raiol.

Bruna ressalta que a Prefeitura estabelece uma relação com o espaço, através da Coant, que busca políticas públicas nas secretarias municipais para a população negra de Belém. "A Conat sempre está disposta a escutar e dialogar conosco, ela é uma parceira muito importante na nossa luta”, assegura a representante do coletivo Pretas Paridas da Amazônia. 

 


 

Texto:

Fabricio Lopes

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