“Madurecer”, o primeiro álbum de Lidia Belo
29/05/2017 16:00 em Música

“Madurecer”, a reunião de muitas faces e fases

por Jússia Carvalho*

As letras com sotaque paraense e pernambucano manifestam a alma irrequieta de quem é apaixonada pela vida que pulsa nas batidas do violão. Com músicas autorais e uma linda voz, “Madurecer”, o primeiro álbum de Lídia Belo preenche todos os espaços vazios com leveza e uma doçura arretada.  

As músicas, além de um lirismo filosófico têm alegria, tristeza e graça. Mas, não podem ser enquadradas em um único estilo. Apaixonada pelo som da música brasileira, a cantora e compositora brinca com a melodia das palavras em bossa nova, samba, pop, xote, baião, brega e carimbó. O sincretismo musical marca o violão de Lídia desde os oito anos de idade, o que reflete na personalidade das letras da compositora e na voz da cantora. Para decifrar a proposta da autora, o músico Pedrinho Callado trouxe arranjos e uma produção com uma mistura de suavidade e de alegria. 

Típica filha de uma paraense e um pernambucano, ela cresceu escutando histórias e contando causos, por isso, as músicas são sempre narrativas do que acontece ao redor e ficam na memória. O cotidiano, o tempo e as coisas desajustadas são a grande inspiração da artista, porque ela vê música e poesia nas divagações e nas coisas que têm potenciais e não se concretizam, como os amores em suas mais diversas formas. A relação da autora com as divagações cotidianas sobre a vida e a relação entre as pessoas são o tema da canção que dá nome ao álbum. A beleza do dia a dia, a fugacidade dos amores não concretizados, as pessoas que a cercam, a passagem do tempo são temas que embalam a poesia das dez composições que fazem parte do álbum, e que nasceram dessa vontade de observar o mundo e cantar. 

Lidia Belo
Lidia Belo nasceu em Capanema e foi educada ao som da música. Aos oito anos de idade, Lídia dedilhou os primeiros acordes autorais e, desde então, nunca deixou de compor, mas foi a maturidade dos quase trinta que fez nascer a artista. Ela começou a cantar e tocar ainda criança, quando teve aulas de violão popular. Aos 13 anos, foi classificada com uma música autoral no Festival da Canção Ouremense. Participou de outros festivais com músicas autorais ainda na adolescência, um promovido pelo Grupo Educacional Ideal e outro pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Participou também, em 2009, da VII Mostra de Intérpretes da UFPA.

Em 2011, abriu, com um recital, a Bienal de Artes Brasileiras em Bruxelas, interpretando tanto músicas autorais, quanto músicas de compositores paraenses como Lia Sophia, Leandro Dias, Walter Freitas e Pinduca. Em 2014, com o samba “O surdo”, foi classificada entre os três finalistas do Prêmio Vale de Música, defendido no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, junto à Velha Guarda da Portela.

A carreira musical ficou suspensa para conclusão do mestrado no Programa de Comunicação da UFPA, porém, o projeto de gravar músicas autorais já vinha sendo desenvolvido e foi colocado em prática em 2017. O trabalho possui dez composições autorais, sendo uma delas em parceria com o percussionista Cássio Lobato e um carimbó em parceria com Pedrinho Callado, também arranjador e produtor do primeiro álbum da cantora, Madurecer.

Você confere as faixas de "Madurecer" na programação da Rádio Iara

Jússia Carvalho é jornalista
Foto: Raoni Arraes

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